31 de maio de 2012

All I Wanted...

A luz que o candeeiro derramava era o suficiente para iluminar o quarto e as pequenas gotas de suor que se formavam no seu corpo quente. Não conseguia dormir, dava voltas e mais voltas na cama até desmanchar esta por completo.
A imagem dela não lhe saia da cabeça. Encontrou-a por acaso numa esplanada estava acompanhada de mais duas amigas mas só ela lhe interessou. Já não a via há algum tempo, quando ela o olhou, os seus olhos iluminaram-se mas apenas lhe acenou levemente com a mão, ele fez o mesmo… Tinha os traços faciais mais finos o cabelo mais claro e curto, estava mais 'iluminada' que o que conhecia dela, e isso estava lhe a tirar o sono, isso e ao pensar em como seria tê-la por baixo de si sem qualquer tipo de roupa vestida, como seria a sensação das suas peles se tocarem, dos seus lábios vermelhos nos dele…
Mas a sua hipótese tinha passado e já há muito tempo. Ele sabia, sentia que ela o desejava da mesma forma. Ou talvez tenha uma imaginação fértil, mas não, ele via o olhar escuro dela que a toda a hora se encontrava com o dele e nem tentava desvia-lo, quando as suas mãos másculas lhe tocavam com delicadeza a reação da pele dela era imediata ou quando ele chegava mais perto da sua face e ela tentava esquivar-se, ás vezes mantinha a postura forte e determinada que ele sabia que era só fachada. Sabia perfeitamente da sua timidez e nervosismo, mesmo que o quisesse esconder ela sempre abanava uma perna freneticamente, quando ele notava, ela parava.
Mas isso era só alguns dos pormenores, o que ele queria neste exato momento era tê-la a ondular debaixo de si, a implorar-lhe mais e mais!

Ao olhar para si notou que estava duro o que o fez praguejar em voz alta, abriu a janela do quarto e deixou o ar frio entrar e embala-lo num sono leve…
My story...

26 de maio de 2012

It's not a dream

Estava sempre num canto do jardim, sempre aquela hora do dia, no lusco-fusco da tarde qualquer que fosse a estação do ano.
Talvez estivesse a escrever, a desenhar ou só a pensar. Mantinha-se sempre de costas para ele.
Naquele dia de inicio de verão tinha o cabelo apanhado e algumas madeixas mais rebeldes caiam no seu pescoço, uma camisola larga em tons de rosa era apanhada na cintura por umas calças de ganga justas e umas sandálias altas acariciavam-lhe os pés pequenos. Não era uma rapariga alta nem extremamente magra, tinha a sua própria beleza, o que lhe agradava. Tinha um cheiro doce, amoras silvestres talvez, dependia dos dias.
Durante os meses em que a observara notou a aura de ansiedade que irradiava dela, o que o deixava um pouco desconfortável pois sentia-o como se dos sentimentos se tratassem.
Sem aviso prévio ela levantou-se e ficaram frente a frente. Ela prendeu a respiração e com a explosão de sentimentos ele pode ver exatamente o que a atormentava.
- Minha! Minha… - era repetido uma e outra vez na sua cabeça.

Era ele que ela esperava, que sonhava noites e noites a fio, gritando e ansiando por ele...

Ela não se movia, apenas o observava esperando que aquele não fosse outro dos seus sonhos.

Ele queria-a, as veias do corpo dele pulsavam, as suas tatuagens ardiam e os seus olhos prateados eram como mil tornados percorrendo-a.
O vento trouxe-lhe o seu cheiro feminino e doce, olhou a sua cara com atenção. Era muito nova, mas os seus olhos negros eram de uma guerreira que já travara muitas batalhas, e ele queria-a.

Ele existia, tinha-o encontrado finalmente.


25 de maio de 2012

Fica aqui...

Ele via-a a ficar cada vez mais fraca, o seu cabelo negro pairava em volta do seu rosto pálido, os seus olhos escuros estavam cada vez mais dentro do crânio e os seus lábios já não tinham cor. Tinha dificuldade em andar direita, mal se segurava nas pernas enquanto se arrastava pelo bosque e respirava com dificuldade.
O seu corpo tinha perdido as formas e a sua roupa ficava-lhe larga.
Ela não o conseguia ver, mas sentia-o. Ela olhou envolta e ele sentiu o seu medo e desespero, mesmo assim ela ia ali sempre.
A rapariga tranquilizou-se.
Ele começou a afastar-se e ao fazê-lo o desespero dela aumentou, voltou atrás. Ela aproximou-se da vegetação e respirou fundo e fechou os olhos com força. Ele aproximou-se enchendo o bosque com o seu aroma, ela gemeu.
- Sei que estás aí. Fica um pouco por favor, mesmo que não te mostres apenas fica aqui…
Ele obedeceu-lhe e ficou a observa-la enquanto a via a acalmar-se.

Acheron

Estava sozinha no meio da multidão, a massa de gente à sua volta ganhava ainda mais vida enquanto o tempo passava lentamente.
Vultos e mais vultos atolavam cada vez mais a avenida, deixando pouco espaço por onde se mexer.
Vozes, suspiros e lamentações enchiam a sua cabeça. Sentiu que falhava, as suas pernas fraquejaram e a banda sonora na sua cabeça começou a a enfraquecer pouco a pouco ate parecer estar submersa. As cores vibrantes que a rodeavam ficaram turvas. 
Uma lágrima escorreu-lhe pelo rosto e então caiu no abismo da inconsciência.
Sentiu-se a abandonar o próprio corpo. Uma dormência agradável invadia como se estivesse a pairar ou a flutuar por momentos.
Então voltou ao peso da realidade, ao seu corpo. Mas…
Ele estava ali, poderoso. Os seus olhos prateados olhavam-na com um mistura de dureza e preocupação. Levantou-a sem esforço e avançou pela multidão que se desviava a sua passagem.
-Está tudo bem…- sussurrou firmemente.

V

Luxuria, era a palavra que o classificava.
Os seus olhos prateados eram misteriosos, arrepiantes, hipnotizantes.
Os seus músculos ondulavam a cada passada que ele dava, a pele dourada dele era enfeitada de tatuagens que se moviam com ele.
As suas costas duras pediam ardentemente que fossem percorridas por mãos cuidadosas...